"Quem de três milênios, /Não é capaz de se dar conta /Vive na ignorância, na sombra, /A mercê dos dias, do tempo." -Johann Wolfgang von Goethe
sábado, 4 de dezembro de 2010
Nada do que foi será, de novo, do jeito que já foi um dia.
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
A polêmica do ENEM
domingo, 24 de outubro de 2010
Vestibular, medo e alívio.
Já não adianta mais lamentarmos, o que passou, passou, não volta mais, e como eu costumo dizer, tudo o que temos é o nosso presente, pois o passado já se perdeu e do futuro nunca saberemos. Portanto tento conciliar ao máximo as coisas nesse período de minha vida, aproveitar o que tenho agora enquanto me preparo para o que ainda vem pela frente. Lado a lado estão, os meus últimos dias de ensino médio, e os sufocantes estudos em busca de um ensino superior.
Faço desse texto um desabafo. Pois a cada dia que passa, estou mais perto de um momento tão esperado na minha vida, me sinto um tanto tenso quanto aliviado. Por um lado estarei finalmente concluindo uma fase da minha vida pela qual permaneci durante doze anos, por outro cresce em mim o medo do fracasso, da incompetência, da falha de todos os meus planos. Muitos que vivem essa mesma realidade podem tentar esconder, mas estou certo de que a maioria dos "vestibulandos" estão passando por isso também. Pois há alguns anos nossas mentes vêm sendo bombardeadas de todos os lados sobre o que faremos no nosso futuro, somos pressionados diariamente, e a cada dia que passa essa pressão aumenta. Eu entendo aqueles que tentam nos confortar com conselhos do tipo: "O Vestibular não será o fim do mundo!", mas é preciso entender que isso não depende apenas de nós mesmos, a nossa preocupação com o ingresso para o ensino superior vem de um processo bem mais longo.
Desde a nossa infância somos questionados sobre o nosso futuro com perguntas como “O que você quer ser quando crescer?", pode parecer algo normal e inocente, mas quando uma criança pergunta aos seus pais por que ela deve ir pra escola, eles simplesmente respondem: "Para poder garantir o seu futuro meu filho.". Mas como tudo na infância, isso continua sendo apenas algo inocente, até que as crianças se tornam adolescentes e começam a enxergar melhor a realidade e a tomar suas decisões, mas eles não percebem que essas decisões já foram tomadas muito antes.
E é a partir desse processo que se forma toda aquela pressão sobre os estudantes que estão prestes a entrarem no ensino superior, pois caso eles não consigam, toda a vida deles, todo aquele conhecimento acumulado, todo aquele orgulho de seus parentes, tudo, é perdido.
Eu agradeço por ter uma família que sempre me instruiu nesse processo, o que pode diminuir consideravelmente a carga de pressão que essa "prova de sete cabeças" exerce sobre mim, mas repito, isso não depende apenas da família, é algo maior, o capitalismo precisa de pessoas preparadas para sofrer, precisa de pessoas psicologicamente estáveis, de robôs com um coração. E essa é uma das funções do Vestibular, criar máquinas para o mercado de trabalho, pois esse sistema político-econômico não perdoa.
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Mitos políticos, baixaria e Dilma Roussef.
O tão esperado dia das eleições está cada vez mais perto. Restam-nos pouco menos de uma semana para pensar e repensar em quem iremos votar. É a primeira vez que voto, com muito orgulho e seriedade, pois na minha família pude ver qual é o valor da participação política de um indivíduo na sociedade, e mesmo sem ter a obrigatoriedade do voto, faço questão de exercer minha cidadania, aliás, isso é o mínimo que devo fazer como cidadão.
Nesses últimos dias pude perceber como o tempo restante para o dia das eleições é inversamente proporcional ao respeito pelos candidatos. As coisas pioram quando se pode utilizar a tal da ferramenta tão avançada e livre que é a Internet. Nesse caso, fica muito fácil falar besteiras, criar mitos, enganar as pessoas. Algumas coisas passam a ser irrelevantes no nosso cotidiano dentro dessa internet, porém outras coisas são tão inúteis e ofensivas que nos fazem ficar revoltados.
Ultimamente foram lançados alguns mitos envolvendo a candidata Dilma Roussef do PT e uma onda de adoradores que apareceram na rede social “Twitter” e em outros cantos da internet apoiando a candidata Marina Silva do PV. Tratarei dos casos separadamente.
O primeiro caso foi o que mais me chocou, pois eu nunca havia visto nada igual, exceto em um seriado que eu costumo acompanhar chamado Supernatural (Sobrenatural). Recebi via email e Orkut (uma outra rede social) mensagens dizendo que a Dilma e o candidato a vice presidência Michel Temmer causariam no Brasil algo parecido com o apocalipse, pois tinham relações com o anti-cristo, satanismo e etc. Sobre isso não preciso dizer mais nada, não é mesmo?
Como se isso não bastasse a tal “epidemia virtual” se alastrou, e em todos os cantos eu via pessoas defendendo com unhas e dentes a candidata Marina Silva. Com a seguinte bandeira: Quem é contra o aborto, é contra a vida. Nesse momento não cabe a mim discutir a descriminalização do aborto. Entretanto, utilizo desse fato aliado à críticas direcionadas à candidata Dilma por apoiar o casamento homossexual, e por supostamente ter um “passado terrorista”, para mostrar a vocês, como a baixaria está aumentando cada dia mais.
Voto sim na Dilma, não porque ela tem o apoio do Lula. Mas porque acho que é uma mulher de garra, que tem uma história de lutas, e que dentro do governo atual, trabalhou muito pelo Brasil, pois eu já acompanhava seu trabalho antes mesmo desta se candidatar. Nem Dilma nem seus eleitores em momento algum difamaram a imagem de Marina Silva ou outro candidato, utilizando de mitos e de baixaria em busca de votos. Por favor, reflitam sobre isso, é o mínimo que temos a fazer como cidadãos. Não acreditem na primeira coisa que vier a tona.
Ah! Lembram-se de 2002? Muitos não acreditavam no Lula também. Que pena né? Pesquisem. Leiam. Interpretem. Entendam. Votem. Não vejo dificuldade alguma nesse processo.
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Hitler e o nazi-facismo.
Não escondo e nunca escondi a minha insatisfação perante a pessoas que vêem em Hitler um herói ou no mínimo um Ídolo histórico. Em minha humilde opinião, de um estudante do terceiro ano do ensino médio, que pretende cursar História, e ainda tem muito a aprender, Hitler e o totalitarismo alemão em meados do século XX não significou nada mais nada menos do que uma mancha borrada de sangue na história mundial.
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Seres pensantes?
Conhecimento. Talvez seja esse o escudo mais forte contra as pragas do mundo atual, apesar disso é realmente uma pena que nem todos prezam por este benefício, que não é fácil de se ter, mas mesmo quando se têm, muitas pessoas o desvalorizam. No mundo desigual em que vivemos, poucos tem o privilégio de se obter o verdadeiro conhecimento, enquanto a maioria continua a receber milhares de informações distorcidas todos os dias para que se tornem uma simples massa de manobra. Enquanto aqueles que teriam o privilégio de obter esse conhecimento mantêm seus olhos fechados para as descobertas e continuam a aceitar toda aquela ideologia que lhes é imposta. Como diria o ditado: “O pior cego é aquele que não quer ver.”.
Alguns acontecimentos me fizeram parar e pensar um pouco sobre a situação da humanidade. Diariamente somos bombardeados por notícias, propagandas, anúncios, falsas informações e todo tipo de imagem que deixe em nós resquícios de uma ideologia. Isso tudo faz com que a maioria esmagadora da população seja controlada por uma minoria, isso acontece por que aqueles que deveriam se revoltar contra essa situação, aqueles que têm a oportunidade de se tornarem críticos, simplesmente se sentem muito bem sendo manipulados, e preferem ficar aonde estão.
A primeira forma mais poderosa de controle da população foi a Igreja, e até hoje continua sendo. São milhões de pessoas, que diariamente, vão a um culto religioso e nem mesmo se perguntam qual o sentido daquilo, e o pior de tudo, adotam isso como uma verdade absoluta e se fecham a novas descobertas. É exatamente isso que faz com que as pessoas sejam controladas, a crença exacerbada. Além disso, há uma forte repressão das religiões para com seus fiéis, e as pessoas acabam ficando cegas pelo medo, o medo de ir para o inferno, o medo de não ser perdoado por deus, o medo de reencarnar em um abutre, o que lhes torna facilmente pessoas maleáveis.
Entretanto existem casos ainda piores de “cegueira”. São pessoas que não são controladas por serem crentes em algo, ou por serem vítimas do medo. Mas sim por simplesmente ignorarem todo aquele mar de escolhas e descobertas que o próprio conhecimento pode lhe proporcionar. Muitos indivíduos já não querem mais dúvidas, só se importam com as respostas, e aceitam tão facilmente na primeira em que encontram que se fecham para argumentos diferentes.
A tecnologia nos proporciona tantas coisas para nos afastarem do mundo em nossa volta, que os indivíduos estão muito ocupados para pensar, para criticar, para enxergar a perversidade desse nosso sistema. Só peço as pessoas que abram os seus olhos para o mundo ao nosso redor, que pelo visto não está nada bem, e quem está o transformando nesse lixo somos nós mesmos, devemos pensar por nós mesmos e não pelos outros, devemos formar nossa própria opinião e não acreditar em tudo o que vemos, talvez assim continuemos a ser o que a ciência chama de “Seres pensantes”, o que ultimamente não está sendo a realidade.
domingo, 29 de agosto de 2010
Cidade da Morte
Há alguns dias a pacata população passou a notar algo anormal naquele lugar, algo que muito incomodava as pessoas, um grande número de mortes havia ocorrido em pouco tempo, como nunca antes visto. Os cidadãos de Morsventus começaram a ficar apavorados, e começaram a se esconder em suas casas, receosos de contrair aquela nova doença, maldição ou seja lá o que fosse aquilo que estava matando tanta gente.
Contudo, moravam ali dois irmãos que haviam perdido seus pais nessa onda de mortes, sem saber qual a causa disso tudo. Obitu e Umbra eram seus nomes. Estavam decididos a encontrar a razão de tantas mortes estarem ocorrendo. A primeira coisa que os irmãos fizeram foi uma investigação, fazendo perguntas às famílias que haviam perdido algum membro se haviam visto ou escutado algo que pudesse levá-los a encontrar o responsável pelas mortes.
Após algum tempo, as mortes continuavam, e os irmãos estavam exaustos de tanto investigar sem receber nenhuma informação valiosa. Sem mais opções decidiram visitar aquela senhora, misteriosa, que vivia em um casebre isolado da cidade, próximo ao bosque da entrada leste. Ninguém sabia quem era essa mulher, quando ela chegou, ou de onde ela veio, sabiam apenas que fora a primeira moradora daquele lugar.
Após atravessar o bosque, encontrar uma velha casa de madeira, com uma mangueira enorme nos fundos, e só. A casa era perceptivelmente velha, entretanto se bem observada era possível ver como essa mesma casa foi algum dia uma enorme e bela mansão. A visão daquele lugar era realmente assustadora, Umbra recuou:
-Irmão, não entrarei nesse bloco gigante de madeira amaldiçoada. Talvez as mortes podem estar vindo daí!
-Não seja um covarde Umbra! E pare de falar besteiras, precisamos encontrar o assassino de nossos pais.
Umbra continuou parado, seu olhar estava fixo em uma das janelas do segundo andar, onde acreditava ver uma sombra. Assustado, correu para junto de Obitu quando percebeu que ele já havia batido na porta.
-Há muito anos eu não recebia uma visita! Mas felizmente ainda sei como ser uma boa anfitriã. Entrem por favor.
O irmão caçula sentia constantes calafrios, observava os móveis sujos e velhos, o interior condizia exatamente com o que fora visto no exterior. Enquanto isso Obitu se apressou com as perguntas:
-A senhora deve estar sabendo do que está acontecendo na vila não é mesmo?
-Sim, sim! E recomendo a vocês que não se preocupem com isso. É perigoso demais! Não temo em dizer que estão lidando com o próprio demônio da morte, que ronda a cidade, amaldiçoada a muito tempo. Um vulto negro que percorre as ruas em busca de vidas simplesmente para se satisfazer, e destrói qualquer um que atravessar seu caminho.
-Não me assusto com isso, nada é mais importante do que destruir aquele que tirou a vida de nossos pais. Há alguma forma de destruir a maldição ou afastar esse demônio?
-Sim, existe uma forma de destruir a maldição, há 50 anos eu mesma tive de fazer isso, pois fui a única sobrevivente, mas não consegui completar o ritual, por isso ele voltou. Mas repito, escondam-se em suas casas e não se metam com isso, é perigoso demais!
-Não desistiremos, mais pessoas podem morrer. O que devemos fazer para acabar com essa maldição?
-Tudo bem. Você deve matar a pessoa que mais ama e entrega - lá ao demônio para que ele desapareça.
Obitu empalideceu completamente seu rosto, levantou-se, e puxando Umbra, que ainda observava a casa com temor, pelo braço foi embora sem dizer uma palavra sequer.
Era óbvio que a pessoa que Obitu mais amava era seu irmão, porém ele não teria forças para matá-lo, muito menos entregar sua vida nas mãos de Umbra, que sofreria eternamente por sua perda. Passou as últimas semanas de sua vida sem saber o que fazer, com um único pensamento em sua mente: a tentativa daquela senhora em acabar com a maldição.
Umbra que não havia escutado a conversa entre a senhora e seu irmão tentava convence-lo de seguir em frente, sem entender o que havia acontecido com Obitu. Passaram juntos os seus momentos antes que a morte saciasse toda sua sede, e até mesmo aquela velha senhora não sobreviveria dessa vez.