domingo, 2 de janeiro de 2011

Modinhas, produtos de mídia.


Após quase um mês sem atualizar meu blog acho que já está na hora de postar algo por aqui. Enfim, acabamos de entrar no ano de 2011, na segunda década do segundo milênio e todos estão comentando sobre esse novo ano, sobre as promessas para os próximos tempos e uma série de coisas que são comuns nesse período. Antes tudo gostaria de desejar um ótimo ano a todos os leitores do meu blog, e espero conseguir muito mais seguidores.

Como em meu blog gosto de discutir sobre assuntos diferentes dos que estão sendo mais falados ou comentados, prefiro deixar toda essa coisa de ano novo pra um outro momento. Nesse texto decidi tratar de algo que vem me incomodando há algum tempo e que discuto constantemente em conversas com amigos e também pela internet. São as popularmente conhecidas como "modinhas", mas que eu prefiro tratar como "Produtos de Mídia".

São esses estilos musicais e literários, o modo de se vestir, de escrever, falar e até mesmo se comportar. A criatividade do ser humano vive um período de escassez, nós já não temos a nossa originalidade, estamos vivendo em uma correnteza sem resistência alguma, e se milhares ou milhões de pessoas seguem juntas para um mesmo caminho, não estamos dispostos a nos virar e caminhar no sentido contrário.

Atualmente para que algo seja classificado como bom, deve, antes qualquer coisa, ser apreciado por um grande número de pessoas, e ao se tornar popular passa a ser considerado algo aceitável simplesmente por ter fama, não mais por ter qualidade. Já vi muitas vezes casos de pessoas excepcionais que não tem a oportunidade de se tornarem bons artistas por serem pouco conhecidos (como o caso do Vendedor de Balas), enquanto outras coisas servem apenas de imagem para que adolescentes sem criatividade possam ter algo em que se apoiar porquê o mundo não é do jeito que eles querem (como o caso da saga Crepúsculo).

Mas isso tudo não para por aí, no ano de 2010 foram feitas inúmeras discussões sobre a questão das "modinhas", uma delas após a banda Restart ganhar quatro prêmios no VMB (uma vergonha), isso mostra o quanto o ser humano está perdendo a essência da qualidade e aceitado facilmente tudo que lhes é empurrado goela abaixo sem nem mesmo fazer a digestão.

Esse tipo de comportamento acaba se tornando uma arma letal nas mãos do Capitalismo e das grandes corporações de comunicação em massa. E hoje tudo está se transformando em "produtos de mídia", pois quanto mais figuras para vender e controlar a massa forem criadas, mais lucro o sistema terá. Portanto tudo que está sendo criado recentemente segue este parâmetro, basta pensarmos nas ultimas bandas que foram realmente boas, nos livros com história verdadeiramente interessantes, ou no comportamento humano com originalidade. Há muito tempo a nossa sociedade perdeu essas características, hoje tudo é criado com o propósito do lucro, não mais do bem estar consigo mesmo, na solidariedade e na colaboração para o mundo.

E o vlogger Felipe Neto que me desculpe, mas discordo dele quando ele diz em um de seus vídeos que "virou modinha não gostar de modinha", pois só seguem as modinhas aqueles que querem, todos nós temos milhares de opções ao nosso redor, aqueles que não tem originalidade suficiente seguem na direção da correnteza, aqueles que pelo contrário, admiram as coisas belas do mundo, críticam esse tipo de comportamento e mantém os seus gostos com orgulho.