Caminho sem direção
Como quem busca algo que não sabe o que é
E encontra coisas que não queria buscar
Mas que surgem sob todos os movimentos
É a realidade ora!
Quanta iluminação, tantas cores, letras garrafais
Mas pouca luz onde busco me encontrar
Rostos perdidos em lugares conhecidos
Envoltos na escuridão de tanto brilho
Onde estão os sorrisos, perderam-se os abraços?
Por onde anda a gentileza, onde esconderam a simpatia?
Tão cheias de nada e tão vazias de qualquer outra coisa
O choque é frontal, espedaça minhas ideias
É como cruzar dimensões de realidades supostas
Fronteiras traçadas, transplantadas pela alteração da imaginação
Seriam lugares, classes, cores, gostos, hábitos, tradições?
Será a própria riqueza?
Saltar o abismo da alegria à submersão
Conta, as vezes, com o impulso da imagem desfocada do prazer
Faces estampadas em moldes repetidos
Formatos tão bem delineados, mas tão pouco utilizados
Tanta beleza curvada à tanta tristeza
Sob os pés de um domínio material, imaterial, global
Mas hei que surgem rachaduras
Nesse espelho que só reflete a mim mesmo
Surgem de todos os lados,
Fortalecem a vontade de quebra-lo por inteiro
A humildade da falta, a alegria do sofrimento
Os ensinamentos de uma vida sem conforto
Podem ser maiores que as que as notas podem dar
E as cores desbotadas de quem viveu a dramática realidade
Invadem as luzes mais fortes e sem vida
Para lhe dar novos tons de alegria
Deixa o povo entrar!
Que ele trás consigo a esperança de um mundo novo
Certa vez um velho, sábio e de barbas longas me disse
"Ou tu mudas esse mundo, ou ele cairá em desgraça
Ou as contradições se resolvem, ou se afastam cada vez mais,
E no mundo novo que viveremos as luzes terão o tom das cores da igualdade"
Mas o velho não falava só comigo,
Apenas emitiu em formas diferentes a mesma mensagem
E todos nós deveríamos ouvi-la
"Quem de três milênios, /Não é capaz de se dar conta /Vive na ignorância, na sombra, /A mercê dos dias, do tempo." -Johann Wolfgang von Goethe
quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
sábado, 4 de janeiro de 2014
e o tempo
as horas atravessam
o tempo é o caos
dias são semanas
minutos confundem-se nesse temporal
as direções tomam sentido
contrário, rumo tens
mas se perde em teu caminho
lento, rasteja por alguem
amarra essa tua ânsia
senta nesse banco
de onde o mundo espera
que acabes com teu pranto
mas se é assim
temos de esperar pra ser?
se cultivas agora
um dia haverá de colher
o tempo é o caos
dias são semanas
minutos confundem-se nesse temporal
as direções tomam sentido
contrário, rumo tens
mas se perde em teu caminho
lento, rasteja por alguem
amarra essa tua ânsia
senta nesse banco
de onde o mundo espera
que acabes com teu pranto
mas se é assim
temos de esperar pra ser?
se cultivas agora
um dia haverá de colher
vida, vivida, perdida
Viver, crescer
submeter-se
apoiar-se
em alguem?
perder, morrer
aos poucos
deteriorar-se
transitar pelo inverso
sobe que desce
voa que plana
pensas que sabe
não cres que engana
tormenta
mares da desilução
guarda contigo
essa loucura
paradoxos que nos lembram
entregam-me
à contradição
ou querer, ou ser
como pôde?
vi(m)ver-te
querer-te, mas
fazer desabar-lhe a vida
volta-se contra si
escapa-me o que tenho
assumo, torno-me
o que não posso ser
finos grãos
dissipam-se no ar
unidos formavam-se sólidos
são, agora, inúteis
linha fina que desliza
tênue, se entrelaça
formam-se trezentos nós
se arrebentam em corpo e alma
tolo!
pensas como um
ages como outro
és sonhador, mas perverso
repensa, reflete tua vida
em boas horas
perde-a sem saber
em poucos segundos
retoma tua linha!
desata estes nós
puxa, estica
mantenha firme
se o desenrolar deixa marcas
tece sempre em frente
que novas linhas
recomporão estas dobras
num entrelaçar ordenado
cruza antigos nós
mas para formar novos
e mais belos, tecidos
Cativas
Aproxima-te!
desvia, corta
as teias que te prendem
nessa floresta sem vida
impressiona!
recebe tua recíproca
firma-te tua base
sente que fica
cativas!
percebes que agora
cada passo é um compasso
e o que tens, é aurora
segue!
nada chega ao fim
não deixes que fuja
alimente esse jardim
aproxima-te do teu amor
impressiona com o teu ardor
cativas com o teu suor
e segue a amar, sem dó
matéria
desce dos céus
não vives no olimpo
na mítica e confusa guerra dos deuses
desce para terra
banha-te nessas águas
sita o vento em teu rosto
e se necessário for, sinta a dor
de se queimar com o calor de uma chama
Para, observa esse mundo ao teu redor
e mesmo que teus sentidos não alcancem
tenha em consciência de que, em seu oposto
na matéria reside a realidade
e na tua mente
a capacidade de imaginar o que puder
para transformá-la.
não vives no olimpo
na mítica e confusa guerra dos deuses
desce para terra
banha-te nessas águas
sita o vento em teu rosto
e se necessário for, sinta a dor
de se queimar com o calor de uma chama
Para, observa esse mundo ao teu redor
e mesmo que teus sentidos não alcancem
tenha em consciência de que, em seu oposto
na matéria reside a realidade
e na tua mente
a capacidade de imaginar o que puder
para transformá-la.
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