quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

poesia brasileira

Bem no Fundo
eu queria ser Leminski
 ou viver em Pasárgada
com Manoel Bandeira
Mas Ferreira Gullar me disse:
Não Há Vagas
e então cantei com Gonçalves Dias
a Canção do Exílio.
E Agora José? me perguntou Carlos Drummond
Respondi em Linha Reta
como aprendi com Fernando Pessoa
Foi quando me lembrei de Aninha e Suas Pedras,
a querida Cora Coralina,
Ao seu lado estava Cecília Meireles,
quem me mostrou uma verdadeira Reivenção
e eu disse a ela que mesmo depois de um Século
Castro Alves ainda tocava nossos corações
Até que me encontrei com Vinicíus de Moraes
e cantamos à toda poesia brasileira
um Soneto de Fidelidade.

os vãos da vida

os vãos da vida
são aqueles momentos
entre o tudo e o tudo
onde flutua o nada
os que a gente esquece
apaga da memória,
pra nunca mais lembrar

os vãos da vida
onde nada é certo
tudo é incompleto
como o vôo da galinha
que se arrasta
e não decola

os vãos da vida
sem sentido e direção
circulares, orbitais
giram em torno de si mesmo
sem ter pra onde ir
e acabam em vão

ah, mas os vãos da vida
quando acabam
não vem em vão
mas pra mostrar quem são
e pra onde vão
os aqueles e os ondes que estão