quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Sobre chocolate quente e depressão.

Tem sido matéria de reflexão,
será assim completamente inútil a depressão?
A falha, a falta ou o erro,
serão assim tão miseráveis?
Ou ao declinar em grande velocidade,
não nos restará apenas as profundezas,
para podermos enfim retornarmos à ascendência
com confiança e altiveza?
O que seria do poeta se não lhe apertasse o coração?
Das palavras exprimidas quando lhe incha o peito?
O que seria da paixão se não fosse a falta,
ou da esperança se não fosse a expectativa?
O ideal será somente o ideal por si próprio,
ou a vontade de que o seja o real?
Mas assim que a menor gota
daquele doce sabor das alegrias da vida
tocar-nos a boca,
teremos certeza que em matéria de discussão
a depressão só existirá
para ser superada pela felicidade.

domingo, 21 de setembro de 2014

flor da mudança

Da raiz que bebe a água do tronco que sustenta surge tão bela flor que se abre para absorver os raios do sol de novos dias mais bonitos, mais justos. Mas desde esse solo que nutre um mundo novo há de percorrer longas distâncias para desabrochar nessa flor que frutificará nesse singelo -e porque não também belo fruto da transformação. E enquanto observávamos desatentos cores novas se apresentam para fazer brilhar dias novos que sob essa comunhão de raízes, galhos e folhas farão brilhar essa flor a flor nova, da mudança

Vazio do vagão

No vazio do vagão
um vão
entre meu coração
e a realidade
aperta e esfria
desperta, essa sensação
que nos desafia
a sonhar
o concreto, insuficiente
mancha, corrói
mas não destrói
esta esperança
humildade seduz
trabalho que dignifica
-até que ponto?
é preciso mais,
é preciso (ser) humano
logo então,
no vazio do vagão
eis que vagam
pai e filha
e nossos sonhos
-onde vagarão?