Viver, crescer
submeter-se
apoiar-se
em alguem?
perder, morrer
aos poucos
deteriorar-se
transitar pelo inverso
sobe que desce
voa que plana
pensas que sabe
não cres que engana
tormenta
mares da desilução
guarda contigo
essa loucura
paradoxos que nos lembram
entregam-me
à contradição
ou querer, ou ser
como pôde?
vi(m)ver-te
querer-te, mas
fazer desabar-lhe a vida
volta-se contra si
escapa-me o que tenho
assumo, torno-me
o que não posso ser
finos grãos
dissipam-se no ar
unidos formavam-se sólidos
são, agora, inúteis
linha fina que desliza
tênue, se entrelaça
formam-se trezentos nós
se arrebentam em corpo e alma
tolo!
pensas como um
ages como outro
és sonhador, mas perverso
repensa, reflete tua vida
em boas horas
perde-a sem saber
em poucos segundos
retoma tua linha!
desata estes nós
puxa, estica
mantenha firme
se o desenrolar deixa marcas
tece sempre em frente
que novas linhas
recomporão estas dobras
num entrelaçar ordenado
cruza antigos nós
mas para formar novos
e mais belos, tecidos
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